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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Profissional Jornalista



Eu bem que tentei me manter alheio aos acontecimentos da decisão recente do STF - que invalida o diploma de 'comunicação social' com ênfase em jornalismo para a prática da profissão - mas isso em algum nível sempre voltava para me incomodar, como uma questão/assombração que de relance se parece apenas com um vulto no reflexo do espelho, mas que te mantém acordado pelo arrastar de correntes no porão de seu subconsciente.

Porque me sinto assim? Talvez esse distúrbio epistemológico noturno possa ser atribuído em parte à dose cavalar de tererê que eu venho consumindo a um bom tempo, e que enquanto estou em São Paulo, - entre um jogo de futebol e um episódio de Scrubs - se tornou uma prática diária comum. Talvez seja porque recentemente eu fui até o MTB e em minha carteira de trabalho está escrito 'Profissional Jornalista', o que me faz parte de uma classe que precisa ter opinião sobre esse fato relevante, e eu sentia uma pontada de culpa de ignorá-lo completamente.

Seja como for, eu precisava ter uma opinião formada sobre isso.

Primeiro, vamos aos fatos:

No último dia 17, o STF derrubou a obrigatoriedade do diploma para exercício da função de jornalista. O relator e presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, defendeu no julgamento a tese de que o jornalismo é uma profissão diferenciada que tem vinculação com o amplo exercício das liberdades de expressão e de informação; por isso, a obrigatoriedade do diploma seria inconstitucional e, portanto, inválida.

A reação foi imeditada nos quatro cantos do país. Pelo que eu sei, em Londrina houve uma manifestação dos estudantes, e eu fui convidado para participar de uma aqui em São Paulo também, no metrô Consolação. Por razões óbvias de ignorância e de preguiça completa eu não fui e nem fiquei sabendo sobre o resultado efetivo de nenhuma das duas (e talvez o assunto aqui em SP tenha sido abafado pela greve stalinista da USP). De qualquer forma, pelo que me consta os estudantes estão 'revoltados' porque com essa resolução eles serão obrigados a ficar virtualmente iguais a qualquer zé-ninguém no mercado de trabalho, pois mesmo aqueles que não tenham feito uma faculdade de 4 anos poderão exercer a profissão.

Existe mais uma importante agravante no grupo dos 'contras' ( e volta e meia eu recebo emails da UNOPAR sobre isso): As instituições - principalmente as privadas - estão chocadas com esse 'abuso' do STF, pois agora todos são jornalistas, e isso é um absurdo!!

Porque é um absurdo?! ÓBVIO! As redações em breve estarão lotadas de anárquicos barbudos que fumam maconha injetam heroína e não tem o MÍNIMO senso de ética! Agora, sem a obrigatoriedade do diploma, os jornalistas serão todos estrupadores e não precisarão mais ter aulas importantíssimas de metodologia e de jornalismo social! Não terão a chance de lerem obras incríveis de Dostoyevski e estudarem a complexidade do mundo através das teses de Edgar Morin ou dos poemas de Baudelaire! O jornalismo está arruinado!!

Que minhas adoradas colegas de classe desculpem minha ironia perversa; eu só posso comentar sobre a minha experiência de forma particular, e a universidade de jornalismo quase não me serviu para nenhuma dessas coisas acima, ou mesmo para desenvolver qualquer senso ético super apurado que me diferencie do resto dos mortais.

Não que eu seja um ingrato, eu adorei minha universidade; adorei as conversas na lanchonete no café da manhã, adorei minha sala cheia de mulheres bonitas - as vezes eu até ganhava um cafuné! =) - até achei legal a aula de alguns professores, principalmente em rádio e TV. Mas 4 anos disso me fizeram ser um jornalista?

Não sei.

O que eu sei é que o jornalismo é como um vírus maldito, uma praga que ataca o âmago de um contador de histórias, uma ânsia pelo fenômeno natural e efêmero. Para mim o verdadeiro jornalista é parente do trovador medieval: ele leva notícias, carrega sentimentos em seus acordes, e faz isso a troco de nada particular, mas sim de um alívio universal sobre nossa limitada e muitas vezes cruel condição terrena.

E se estivéssemos no pátio de um castelo do sec. XV, meu conselho para vocês, nobres colegas, seria mais ou menos assim:

"Levanta-te e anda, jornalista de verdade! Avante! Não é um pedaço de papel que lhe define! Se muito, este pedaço de papel apenas lhe prende à mediocridade, à acomodação, lhe dá uma desculpa perante sua própria falta de aprendizado, rejeitando as lições que o mundo oferece dia após dia! No fim, nada tens a temer, senão o martírio de reavaliar a si mesmo!"

e, depois desse breve discurso, eu provavelmente cairia desmaiado na sarjeta por ter bebido vinho demais.

abraços!

PS - sim, eu tomei 5 litros de tererê hoje.

PS 2 - eu sinto falta de vocês, garotas dos cafunés =\

Viva La Revolución!



* queria agradecer o blog dos caras da USP por disponibilizarem esse discurso fantástico do companheiro Claudionor. 'TÔPUTO' também é cultura.

"Como marxistas revolucionários nós defendemos a destruição de todos os Estados Burgueses!"

Claudionor Brandão, instalador de ar-condicionados e emérito pensador, um dos principais ícones revolucionários da Grande Greve da USP em 2009.



"Só filha da puta
A coluna social
O menor no sinal
É filho de um sistema desigual"

Poema clássico da banda emo 'Forfun', que analisa profundamente as mazelas sociais provocadas pela desigualdade econômica e pelo avanço do monstro capitalista



com uma liderança sindical brilhante como esta,
apoiada por uma juventude esclarecida como a nossa,
estamos chegando cada vez mais perto desse cenário maravilhoso:

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Mão é Mais Rápida que a Visão!




haha finalmente tomei vergonha na cara (ou deixei de ter)
pra postar aqui o maior filme de artes marciais de todos os tempos!
preparem sua pipoca, sentem-se confortavelmente e desfrutem de
KARATê KIKO! hauihauihai

parte 1 -




parte 2 -



e como bônus, a musica do taking back sunday em homenagem
a essa putinha relaxada que o kiko sempre foi! hahaha



abraços!

sábado, 6 de junho de 2009

Rendezvouz



vou tentar fazer isso com o celtinha algum dia haha

"Em agosto de 1978, o cineasta francês Claude Lelouch montou uma camera giroscopicamente estabilizada na frente de uma Ferrari 275 GTB e convidou um amigo, piloto profissional de Formula 1, para fazer um trajeto no coração de Paris à maior velocidade que ele pudesse.A hora seria logo que o dia clareasse,o filme só dava para 10 minutos e o trajeto era de Porte Dauphine, através o Louvre até a basílica de Sacre Coeur.

O filme feito por Lelouch exibe uma negligência criminal, devido ao risco de vida corrido pelos pedestres e da segurança dos motoristas. Na primeira exibição do filme, Lelouch foi preso e liberado logo depois, sem nenhuma punição sofrida.

A distribuição do filme poderia ser vista como ameaça, já que poderia incentivar os motoristas a andar perigosamente (e como loucos) pelas ruas e desrespeitar todas as leis do trânsito (incluíndo semáforos), apontando que Lelouch estava certo quando falava que o filme era uma coisa de ação real, ao contrário de efeitos de cinema.

Comentários atribuídos ao próprio Lelouch indicam que ele reconheceu o ultraje moral feito neste filme e que ele estava preparado para os futuros riscos e problemas que o filme proporcionaria."


e, se você acha que já viu isso em algum outro lugar, não é só impressão hehe

foi aqui -

abraços!