Em alguns momentos, eu folheio um livro que comprei há mais ou menos cinco anos com o nome de "As 48 Leis de Poder".
Não é um livro obscuro ou 'cult'. Acho que até chegou a figurar nas listas dos mais vendidos por um tempo, mas eu nunca consegui terminá-lo. Ele fica na estante indefinidamente, me esperando, com sua capa laranja e com as letras douradas, zombando da minha inebriada consciência moral.
Não, eu não consigo ler esse livro. Eu acho ele moralmente repreensível em todas as maneiras possíveis. Ele superficializa questões fundamentais. Ele é uma auto-ajuda com pitadas de Dostoyevski e aforismas de mestres da luta chineses.
Mesmo assim, paradoxalmente, eu recomendo a leitura e a não-leitura periódica do mesmo.
Afinal, qualquer coisa moralmente repreensível ainda é melhor do que a babaquice neo-mórmon que é bestseller atualmente, como "A Cabana" ou vampiros viadinhos que tem nojinho de sangue.
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LEI XXII
TRANSFORME A FRAQUEZA EM PODER
"Voltaire vivia exilado em Londres numa época em que estava no auge ser contra os franceses. Um dia, caminhando pelas ruas, ele se viu cercado por uma multidão irada:
“Enforquem-no, enforquem o francês”, gritavam.
Voltaire calmamente se dirigiu a turba dizendo o seguinte:
"Ingleses! Desejam me matar porque sou francês. Já não fui punido o suficiente por não ter nascido inglês?”
A multidão aplaudiu as suas palavras sensatas e o escoltaram de volta aos seus alojamentos."
The Little, Brown
Book Of Anecdotes, Clifton Fadiman Ed. 1985"
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Mas lembrem-se: assim como todo livro de capa laranja, ele não é para ser levado muito a sério.
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