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domingo, 27 de setembro de 2009

There and Back Again

* retirado do "O Hobbit", de J.R.R Tolkien

"Then the prophecies of the old songs have turned out to be true, after a fashion!" said Bilbo

"Of course!" said Gandalf. "And why should not they prove true? Surely you don´t disbelieve the prophecies, because you had a hand in bringing them about yourself? You don´t really suppose, do you, that all your adventures and escapes were managed by mere luck, just for your sole benefit? You are a very fine person, Mr. Baggins, and I am very fond of you; but you are only quite a little fellow in a wide world, after all!"

"Thank goodness!" said Bilbo laughing, and handed him the tobacco-jar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Caminho da Estratégia


Limpando minha gaveta antiga, eu encontrei um livro que eu acho que comprei no primeiro colegial, chamado 'O Livro dos 5 Anéis'.

Ele foi escrito por Miyamoto Musashi, uma lenda no Japão e o
maior samurai de todos os tempos.

Isso que estava escrito quando eu abri em uma página aleatória:

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"Em tudo deve haver controle de tempo. O tempo é importante na dança e na música de sopro, pois só assim pode haver ritmo, mas todas as habilidades e técnicas devem levar em conta este importante fator: também existe tempo no Vazio.

Existe o tempo da vida do guerreiro, na prosperidade e no declínio, na harmonia e nos desacordos. Da mesma forma, existe o tempo no caminho do mercador, na ascensão e queda da capital.

Todas as coisas sobem e caem. Você precisa aprender isso.

Você pode ganhar batalhas com o controle de tempo no Vazio.
E este é o caminho dos homens que desejam aprender minha estratégia:

1. Não pense desonestamente
2. O Caminho está no treinamento
3. Familiarize-se com todas as artes
4. Conheça os Caminhos de todas as profissões
5. Distinga sabiamente entre ganho e perda nas questões mundanas
6. Desenvolva o julgamento intuitivo e compreensão de todas as coisas
7. Note tudo aquilo que não pode ser visto
8. Preste atenção, mesmo ao que parece banal
9. Não faça nada que não tenha utilidade

É importante começar estabelecendo esses princípios gerais no coração, e treinar no Caminho da Estratégia. Quando você não enxerga as coisas em uma larga escala, é muito difícil dominar a estratégia, mas se aprender corretamente o Caminho, jamais perderá uma luta, mesmo que enfrente vinte ou trinta inimigos."

Segundo ano de Shoho (1645), quinto mês, décimo segundo dia
Miyamoto Musashi

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acho que vou ler esse livro denovo. hehe
abraços!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Assim Falava Bart


Acho que todas as pessoas que passam por uma universidade de Filosofia adquirem um certo pé atrás diante de algumas publicações 'pseudofilosóficas' - nessa infeliz lista estão incluídos todos os livros de auto-ajuda, misticismo ou exagero metafísico-quântico, que preenchem as principais prateleiras das livrarias de hoje, e que por alguma razão desconhecida (que merece um estudo mais aprofundado, e esse assunto já foi mencionado nesse blog no post 'Em Busca da Felicidade', em fevereiro do ano passado) habitam frequentemente a lista dos 'best-sellers'.

Essa 'cautela' filosófica diante de obras que prometem fórmulas mágicas para o sucesso através de releituras de Platão ou de Nietzsche é até certo ponto saudável, mas eu admito que ela me faz ser muitas vezes mais seletivo do que o necessário, e às vezes obras muito interessantes são barradas erroneamente pelo filtro da 'quase-filosofia'.

Esse é o caso deste livro que eu acabei de ler: 'Os Simpsons e a Filosofia' era um livro que eu sempre olhava na prateleira, sempre achava legal a capa azul e queria levar para casa, mas era barrado pelo meu deformado espírito crítico, que me dizia em voz alta "SE VOCÊ LEVAR ESSE LIVRO EU TE OBRIGO A LEVAR TAMBÉM A CRÍTICA DA RAZÃO PURA!".

Eu pesava na balança essa proposta, e não valia a pena ter que encontrar o velho virgem denovo; Homer Simpson teria que esperar outra oportunidade.

Até que, em um belo dia de setembro do ano passado, duas garotas - uma loira e outra morena, com uma aura de lindas ninfas da sabedoria* - me presentearam com esse livro dos Simpsons, e essas jornalistas sexys acertaram no presente. O livro me surpreendeu porque é composto por artigos de vários filósofos e contém várias questões filosóficas interessantes, apresentadas de uma forma surpreendentemente simples e correta.

Cara, terminar esse livro fez eu curtir ainda mais os 'Simpsons'

Abaixo um trecho do ensaio 'Assim Falava Bart', de Mark T. Conard:

"Você conhece as histórias; ele cortou a cabeça da estátua de Jebediah Springfield; queimou a árvore de natal da família; roubou um videogame de uma loja; colou em um teste de QI e acabu entrando em uma escola para gênios; enganou a cidade inteira, fazendo todos pensarem que havia um garotinho preso em um poço, etc, etc...

Bart Simpson não é o tipo de pestinha adorável que vive se metendo em encrenca; ele não é um rebelde com um coração de ouro. É, isto sim, um delinquente esperto, um 'bad boy' em calças azuis, um destruidor, um servo do Satanás - se você acredita neste tipo de coisa.

Provavelmente você acredita que a irmã dele, Lisa, é a virtuosa da família. Ela é brilhante, talentosa, muito lógica e racional, sensível. Ela tem princípios; combate a injustiça quando a vê; é vegetariana porque acredita nos direitos dos animais. Provavelmente você diria que ela é a única personagem admirável no desenho.

Bom. deixe-me te contar sobre outro cara malvado, um cara malvado da Filosofia, (O quê? Você não sabia que existiam pessoas malvadas na Filosofia?) esse era um cara mal, mal de verdade; um tipo de delinquente esperto. Desprezava a autoridade e foi uma espécie de 'destruidor' de conceitos; escreveu um livro intitulado 'O Anticristo' e parecia detestar tudo. Ele rechaçava a religião e ria da piedade. Dizia que Sócrates era um bufão que se levava a sério. Chamou Kant de decadente, Descartes de superficial e John Stuart Mill de cabeça oca. Em seu livro 'Assim Falava Zaratustra', chegou a afirmar "se você vai procurar mulheres, não esqueça de levar o chicote!"

Embora Nietzsche rejeitasse e até risse do ideal tradicional da chamada 'boa pessoa', a pessoa solidária, religiosamente virtuosa, ele próprio tinha um ideal: o espírito livre, a pessoa que rejeita a moralidade tradicional, que aabraça o caos do mundo e dá estilo ao caráter.
Será que, do ponto de vista nietzscheano, estamos admirando o personagem errado? Será que Lisa é parte do que Nietzsche chama de cansaço do mundo, moralidade de escravo? Claro, é divertido ser mau, mas será que existe algo filosóficamente importante nisto?"

é isso aí! abraços!
nos cheiramos mais tarde!


*na verdade quem me deu esse presente foram
três meninas: a Mariah, a Gaby e a Ci, mas mulher de amigo
meu não é mencionada nesse blog, questão de respeito hahaha