O presidente da Venezuela já é considerado há muito tempo uma peça rara no cenário mundial, e fez seu país ser visto como o foco de resistência mais avançada contra a investida neoliberal e o capitalismo selvagem, representado pela “terrível” ideologia americana. Mas as atitudes de Chávez não representam nenhuma novidade no cenário político, e são velhas conhecidas de governos totalitaristas, auto-intitulados de “socialistas libertários” e que justificam suas ações políticas erguendo bandeiras recheadas de antigos clichês como “Em defesa do povo” ou “Pela soberania nacional”.
O problema é que a veia ditatorial de Hugo Chávez vez por outra transborda para além de seus limites no campo político, e por trás de sua máscara revolucionária vemos o rosto feio e deformado de ideologias ultrapassadas e que, se interpretadas erroneamente, justificam certas medidas autoritárias. Apoiado nessas idéias é que Chávez derrubou a concessão da RCTV, usando como pretexto a justificativa de que a rede “exibia telenovelas vulgares” e “apoiava a desordem na Venezuela”.
Ao fazer isso, ‘el presidente’ mostrou suas verdadeiras garras e calou por decreto uma poderosa voz de oposição, que abria espaços para debates e contestações sobre as atitudes do atual governo. Ela é apenas a primeira de uma série de vitimas do ego monstruoso de alguém que se acha dono da verdade, sendo agora apenas questão de tempo até as esquinas de nossa vizinha sul-americana estarem lotadas de cartazes e estátuas do autodenominado “Pai da Pátria”.
A lição de Goebbels sobreviveu à queda do regime nazista, e não é a toa que atitudes censoras sejam tão freqüentes em governos ditos “socialistas”. A mentalidade de rebanho é necessária, tanto para exaltar as palavras de ordem, (acompanhadas muitas vezes pelo cego aplauso popular) como para abafar os gritos discordantes.
As ovelhas não sabem o que fazem,
e não devem ser incentivadas à reflexão enquanto saboreiam seu capim.
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